quinta-feira, 7 de julho de 2016

Educação Infantil está virando Ensino Fundamental

Hoje uma amiga fez uma postagem no Facebook com uma matéria super interessante com o Tema: Educação Infantil está virando Ensino Fundamental. Vale a leitura e a reflexão.

Nada substitui uma brincadeira, a manifestação da criatividade sem nenhum monitoramento ou intervenção. Mais brincadeiras, por favor!!!!


Ótima leitura!!!


Educação Infantil está virando Ensino Fundamental

Recentemente, a Fundação Lemann enviou uma proposta de mudança para os estudos que estão definindo a base nacional comum da educação infantil no Brasil. Nela, propõe-se uma maior ênfase na alfabetização.
Diane Ravitch mais uma vez relata em seu blog estudos que mostram os efeitos deletérios da antecipação escolar proposta no Brasil pela Fundação Lemann e que evidenciam que as pressões por antecipar ambientes estruturados de aprendizagem voltados para habilidades escolares típicas da primeira série (hoje já iniciando-se aos seis anos no Brasil) produz efeitos nefastos na formação das crianças. Especialmente, porque não param nas proximidades dos seis anos, mas vão em cascata afetando os anos iniciais da pré-escola e até mesmo a creche.
Esta concepção induz a uma febre para “aproveitar janelas de desenvolvimento” criadas por teorias duvidosas do desenvolvimento infantil e que constituíram um mercado milionário para as empresas educacionais, transformando as crianças em cobaias de “inovações” supostamente ancoradas em neuro-ciência.
No referido post Diane mostra a que levam as pressões que o Common Core (algo como uma base nacional comum restrita a leitura e matemática nos Estados Unidos) e as pressões por antecipação dos testes que geralmente acompanham estes movimentos, conduzindo a mudanças que não são bem vindas para a formação das nossas crianças. Mencionando publicação do The Atlantic Magazine, por Erika Christakis, diz:
“Um estudo, intitulado “É o Jardim de Infância a nova primeira série?“, que compara atitudes dos professores de jardins de infância em todo o país entre 1998 e 2010, constatou que o percentual de professores que esperam que as crianças saibam ler até o final do ano havia subido de 30 para 80 por cento. Os pesquisadores também relataram mais tempo gasto com manuais e tarefas, e menos tempo dedicado à música e arte. O jardim da infância é, de fato, a nova primeira série, concluíram os autores melancolicamente. Por sua vez, as crianças que faziam uso dos anos do jardim de infância como uma transição suave para a escola estão, em alguns casos, sendo retidos antes que tenham a chance de começar. Um estudo de Mississippi descobriu que, em alguns municípios, mais de 10 por cento dos alunos das escolas de jardins da infância não foram autorizados a avançar para a primeira série.
“Até recentemente, habilidades de prontidão escolar não eram uma prioridade na agenda de ninguém, nem a ideia de que os alunos mais novos poderiam ser desqualificados para passar para uma fase posterior. Mas o jardim de infância agora serve como um “porteiro” e não como um tapete de boas vindas para a escola primária e as preocupações com a preparação para a escola começam cada vez mais cedo. Uma criança que se quer que leia até o final do jardim de infância deveria de fato estar se preparando na pré-escola. Como resultado, as expectativas, sem dúvida, que poderiam ter sido razoáveis para os mais velhos de 5 e 6 anos, como ser capaz de se sentar em uma mesa e completar uma tarefa usando lápis e papel, estão agora dirigidas às crianças ainda mais jovens, que não têm habilidades motoras e não têm a capacidade de atenção para ser bem sucedidas. “
“Salas de aula da pré-escola se transformaram em espaços cada vez mais tensos, com os professores fazendo ameaças de que as crianças devem concluir o seu “trabalho” antes que eles possam ir brincar.
“Novas pesquisas destacam aspectos particularmente inquietantes. Uma grande avaliação do sistema de financiamento público da pré-escola em Tennessee, publicado em setembro, encontrou que, embora as crianças que frequentaram pré-escolas inicialmente exibiram mais “habilidades de prontidão escolar” em relação às que não fizeram jardim de infância, durante a primeira série, no entanto,  as atitudes em relação à escola foram se deteriorando. E na segunda série se saíram pior em testes que mediram habilidades de alfabetização, linguagem e matemática. Os pesquisadores disseram à revista New York que a dependência excessiva de instrução direta e repetitiva, uma pedagogia pobremente estruturada, foram provavelmente as culpadas; crianças que tinham sido submetidas ano após ano às mesmas tarefas insípidas foram, compreensivelmente, perdendo seu entusiasmo pela aprendizagem estruturada. “

“Recentes estudos sugerem que as pressões por accountability que hoje invadiram as primeiras séries e o jardim da infância são caracterizadas por um maior foco nas competências acadêmicas e uma redução de oportunidades para brincar. Este artigo compara as salas de aula do jardim de infância entre 1998 e 2010, utilizando dois grandes conjuntos de dados nacionalmente representativos. Mostra mudanças substanciais em cada uma das cinco dimensões consideradas: crenças dos professores de jardim da infância sobre prontidão para a escola, tempo gasto com conteúdo acadêmico e não acadêmico, organização da sala de aula, abordagem pedagógica, e utilização de avaliações padronizadas. Os educadores de infância no período posterior tinham expectativas acadêmicas muito mais altas para as crianças, tanto antes da entrada no jardim de infância como durante os anos de jardim de infância.
Eles dedicam hoje mais tempo à alfabetização avançada e conteúdo de matemática, instrução dirigida pelo professor e avaliação, e substancialmente menos tempo para arte, música, ciência e atividades selecionadas pelas crianças. As alterações foram mais acentuadas para as escolas que atendem altas proporções de crianças de baixa renda e não-brancas.”
Refletindo sobre a Finlândia, Erika diz no The Atlantic:
“Aqui está o que os finlandeses, que não começam uma instrução formal de leitura antes de 7 anos de idade, têm a dizer sobre a preparação de pré-escolares para ler: “A base para o início da alfabetização é que as crianças tenham atenção e ouçam … que elas tenham falado e conversado, que as pessoas tenham discutido [coisas] com elas … Que elas tenham feito perguntas e recebido respostas. “
Ou seja, há opções bem sucedidas ao estudo da Lemann. É preciso ter claro que a opção pela orientação Lemann reproduz caminhos que conduzirão a efeitos nefastos para a formação de nossas crianças, como de resto a pesquisa tem sucessivamente evidenciado.
 
Acesso: 07/07/2016.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Documentário Tarja Branca

O documentário Tarja Branca, mostra que brincar é coisa séria. Hoje em dia vimos cada vez menos espaço para correr, jogar bola, andar de bicicleta, brincar no parque, subir em árvores. Um bem para o desenvolvimento global nas fases mais importantes da vida da criança e que infelizmente esquecemos o quanto esse momento é prazeroso,  nos proporciona novas amizades, limites, respeito e formas de se relacionar com o mundo.
No mundo dos tablets, celulares e aparelhos eletrônicos, estamos perdendo espaço para o lúdico, leitura, momento da estimulação da imaginação e da criatividade, pois não precisa se preocupar com isso, pois tudo já vem pronto.
Vamos nos inspirar com essas pessoas e brincar mais...



Eu já tenho a minha brincadeira que me levam para lugares incríveis, e você?


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Como estipular os limites para as crianças de acordo com a idade

Engana-se quem pensa que um bebê não tem limites. A rotina, por si só, já é o primeiro contato que seu filho tem com as regras da casa. Mas a maneira como elas são impostas varia conforme a maturidade da criança.

É natural que a criança menor demande mais atenção, inclusive na hora de dar limites. Porém, é importante ter as mesmas regras para todos em determinados casos – se devem comer à mesa, se podem mexer no computador da mãe, se precisam lavar a cabeça todos os dias... Entenda em que fase seu filho está e como funciona o limite em cada uma.
Até os 6 meses: ele não tem noção de que existem outras coisas além dele. Mas os horários de banhos e mamadas são suas primeiras regras.
Até os 2 anos: seu filho começa a perceber o mundo e as pessoas ao seu redor, mas ainda não sabe dividir – é a tradicional fase do “é meu!”. É nesse período que o “não”, principalmente relacionado à segurança, passa a fazer parte mais ativamente da vida dele. Porém, a criança nessa idade quase não entende essa palavrinha. Portanto, não ache que isso será suficiente para que ela não ponha mais o dedo na tomada. Se for preciso, retire-a de perto do perigo.

Dos 3 aos 5 anos: é quando tem início os períodos de birra e da aquisição da fala, o que permite mais argumentação – é a fase dos porquês. Por isso, vale usar uma explicação mais elaborada, passando valores, questões morais e conceitos de bem-estar dela e do outro.
Após os 6 anos: a autoridade dos pais começa a enfraquecer, pois passa a ser ainda mais dividida entre professores, pais de amigos, e outros. Nessa idade, começa o contraste das responsabilidades. Portanto, use a proibição somente nos casos em que a argumentação não é suficiente. O elogio continua sendo poderoso, mas ele precisa ser merecido. Isso não significa parabenizar só quando seu filho acertar, mas também quando ele se empenhar para conseguir. Quanto mais velha a criança, mais trabalho dá para colocar limites, mas nunca é tarde!

Fonte: Revista Crescer - Por Fernanda Montano | com Giovanna Maradei

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A restrição de sono pode fazer ainda mais diferença no caso de crianças com déficit de atenção


Após restrição de 55 minutos de sono por seis dias, crianças com diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) passaram a apresentar desempenho cognitivo bem inferior, especialmente nos quesitos atenção e tempo de reação. Esses foram os resultados de uma pesquisa conduzida por pesquisadores canadenses e recém-publicados no periódico especializado SLEEP.

Foram 43 crianças estudadas com uma média de idade de 9 anos, 11 com o diagnóstico de TDAH e 22 como grupo controle. Após seis dias de monitorização do sono em casa por um aparelho chamado actígrafo, parecido com um relógio de pulso, as crianças eram orientadas a dormir uma hora mais tarde do horário habitual. Crianças sem déficit de atenção também apresentaram piora nos testes cognitivos, mas de forma bem menos intensa que as crianças com o diagnóstico de TDAH.

A redução do tempo de sono provocada no estudo foi modesta e semelhante à privação de sono que ocorre no dia-a-dia real das crianças, quando, por exemplo, esticam um pouco mais a noite para terminar o dever de casa. Os resultados da atual pesquisa confirmam que o sono das crianças é um ponto crucial para um bom desempenho acadêmico, ainda mais para aquelas com diagnóstico de TDAH, um dos problemas de saúde mais comuns da infância.

Veja abaixo o número ideal de horas que as crianças deveriam dormir:

Idade Número ideal de horas de sono:
RN (0-2 meses) 12-18 horas
3-11 meses 14-15 horas
1-3 anos 12-14 horas
3-5 anos 11-13 horas
5-10 anos 10-11 horas
10-17 anos 8.5-9.25 horas
Adultos 7-9 horas

Fonte: www.icbneuro.com.br

sexta-feira, 18 de março de 2011

MEMÓRIA E APRENDIZADO

Bebês de 2 meses já retém informações.

De acordo com psicólogos comportamentalistas, há duas formas básicas de aprendizagem: condicionamento clássico e condicionamento operante.

No primeiro, o sujeito da experiência e passivo; no segundo, um ser que de maneira repetitiva e intencional age para produzir efeito sobre o meio.

Uma das experiências com esse tipo de condicionamento foi feita pela psicóloga Carolyn Rovee-Coller (1996). Móbiles foram amarrados aos pés de bebês condicionados a mover as pernas para movimentá-los. Após um tempo e em situações muito semelhantes às do teste, eles moviam as pernas ao ver os móbiles, mesmo sem estar atados a eles. A intensidade do movimento era maior que antes do condicionamento devido à memória da experiência anterior.

O tempo de manutenção da resposta condicionada e a velocidade do processamento da memória aumentam com a idade, cerca de dois dias para bebês de dois meses e treze semanas para os de 1 ano e meio.

Fonte: Revista Mente e Cérebro / Edição Especial - O desafio de aprender.
- Os caminhos da cognição - por Mônica Carolina Miranda -.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Como funciona nossa atenção?

A atenção é geralmente definida como a habilidade de selecionar e focar em uma coisa, idéia ou tarefa enquanto filtramos o que se passa ao nosso redor.

Atenção é a função que nosso cérebro possui de alocar corretamente nossos recursos de processamento. Mas o que poucos sabem, é que existem diversas formas de se manter a atenção, e que elas podem ser classificadas por tipos.

1. Atenção Concentrada: é a habilidade de se concentrar em uma estímulo, enquanto excluímos outras coisas à nossa volta, como por exemplo quando estamos estudando ou dirigindo.

2. Atenção Sustentada: representa a habilidade de manter uma resposta estável durante uma atividade incessante e repetitiva, ou seja, nos permite manter o foco em uma tarefa por um período de tempo contínuo sem ser distraído, como por exemplo, se manter atento durante uma longa reunião.

3. Sabe quando você consegue “selecionar” em que você presta atenção? Nesses casos você está usando a Atenção seletiva. Ela se refere ao ato consciente de se concentrar e evitar distrações de estímulos tanto externos, como barulhos, quanto internos, como pensamentos desnecessários. Um bom exemplo de atenção seletiva é conseguir se concentrar na voz do professor em uma sala de aula lotada e barulhenta.

4. Atenção alternada: quando muda o foco da atenção ou alterna entre diferentes tarefas que tenham diferentes níveis de exigência de compreensão, está praticando atenção alternada. Um exemplo é ler uma receita e depois a executar.


Cada vez mais frenquente nos tempos modernos, principalmente na juventude ligada em tecnologia, está a Atenção dividida. Também conhecida como multitarefa, é quando desenvolvemos nossa habilidade de responder simultaneamente a múltiplas tarefas. Quando processamos duas ou mais respostas ou reagimos a duas ou mais demandas diferentes simultaneamente, nós utilizamos nossa atenção dividida. Há diversos exemplos em nosso cotidiano para comprová-la, como verificar email enquanto participa de uma reunião e dirigir ouvindo música ou conversando, e assim por diante. Na verdade, o que fazemos é alternar rapidamente entre as tarefas, dando a impressão de executá-las de forma simultânea.

Como qualquer uma das nossas habilidades cognitivas, nossa atenção melhora com a prática. Desenvolver nossa atenção nos ajuda a processar informações com maior eficácia. Por isso, pratique constantemente treinamentos cerebrais para ajudar a fortalecer a concentração.


Fonte: www.revistamakingof.com.br
Realizado por: Ricardo Marchesan é sócio fundador do Cérebro Melhor, empresa especializada em treinamento cerebral por meio de jogos online.
www.cerebromelhor.com.br

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cérebro tem dificuldade de realizar tarefas simultâneas


Estudo publicado no periódico Science mostra que quando executamos duas ações ao mesmo tempo o cérebro, literalmente, divide o trabalho ao meio para que cada hemisfério se concentre em uma tarefa. Para chegar a essa conclusão pesquisadores mediram a atividade neural de voluntários por meio de testes de comparação de letras. Quando os participantes tinham de lidar com duas séries de sinais gráficos, realizando duas tarefas simultâneas, cada atividade correspondia a uma metade do cérebro. Os resultados desse estudo podem explicar por que o desempenho piora quando realizamos três ou mais atividades simultâneas: ficamos com falta de hemisfério para realizar mais de duas tarefas.

Fonte: Revista Mente e Cérebro, novembro/2010.